quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A estrutura clínica da homossexualidade, segundo a psicanalise

De acordo com Frazão e Rosário (2008), o termo homossexual foi introduzido na literatura científica em 1869, por Karoly María Benkert, em uma tentativa de eliminar ou substituir designações pejorativas para as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. 

Depois de pouco tempo, surgiram os primeiros estudos médicos e psiquiátricos sobre o assunto, cujos pressupostos estavam baseados na procura de um substrato físico ou psíquico que explicasse tal desordem. Apesar disso, tenhamos cuidado, já que muitos dizem que a psicanálise trata a homossexualidade como doença, rodeando este assunto a inúmeros estigmas. Não é isso! Ela é vista como um conjunto de sintomas, de uma defesa maníaca ocorrida pelo ego que se vê diante de uma forte carga de ansiedade de fundo paranoide e, ao mesmo tempo, depressiva. Assim, para Freud havia uma profunda ligação entre a paranoia e a homossexualidade latente. Também é determinante, nesta estrutura, o complexo de castração que amedrontaria o indivíduo em direção às perdas e à ideia de morte.

Ainda que não tenhamos uma equação cartesiana ou um único caminho que responda a homossexualidade, foi hábito de Freud pesquisar as origens psíquicas da homossexualidade com a clara finalidade de construir um caminho que o pudesse levar às origens da sexualidade ‘perversa’. Assim, de acordo com Freud, alguns são fatores determinantes na causa da homossexualidade. Entre eles, podemos destacar a forte ligação com a mãe capaz de impedir a ligação com outra mulher e a fixação na fase narcísica, fazendo com que a pessoa se ligue a seu igual e não em outro sexo. 

Vieira (2009) amplia a nossa visão, comentando sobre teorias posteriores a Freud, quando a perversão deixa de ter caráter unicamente sexual e passa a ser considerada mediante o discurso sobre o gozo. Tal autor nos diz que a homossexualidade pode ser entendida como perversa, no sentido de dizer à autoridade parental, que o sujeito conhece um gozo a que eles não terão acesso. Desta forma, esta perversão não é de ordem moral, é da ordem do desafio à lei, do desafio ao imperativo fálico. É sobre o saber que o perverso imagina ter conhecimento, sobre o gozo perdido com a castração, caso esta tivesse sido aceita. 

 A homossexualidade dentro da psicanálise é entendida como uma defesa maníaca, uma forma do ego de se proteger frente às demandas que geram a angústia e as ansiedades, e que estão acima de qualquer escolha que a pessoa possa ter feito.

2 comentários:

Anônimo disse...

Boa tarde, pessoal, meu nome é Mariana.E eu tive uma história de vida bastante complicada, sofri bullying dentro e fora de casa.A minha família é um pouco complicada e tem muitos casos de doença mental, minha mãe tem depressão e meu irmão tem uma doença do espectro autista ou talvez uma psicose.Não nego, mentia para minha mãe em certos casos, não porque simplesmente tinha medo da bronca dela, mas porque minha mãe se estressava muito e deturpava as coisas, ela fica de várias coisas quando tem raiva, duvidava de tudo que eu falava e isso fez crescer uma enorme insegurança em mim.Desde que eu era pequena, minha mãe faz isso sem perceber e isso não é culpa dela, mas doença dela.Sofri bullying na escola, só porque não fazia as mesmas coisas que as patricinhas do meu colégio faziam, os meninos me chamavam de nomes horríveis e desde então mudei muito, criei uma carapaça de defesa ao redor de mim, fiquei com um coração duro, fechado, invejoso.Então, percebia que desde a aquela época, eu não era eu, mas tudo o que as pessoas achavam de mim. Se uma pessoa dizia que eu era feia, eu acreditava que era feia, se alguém dizia que eu era destrambelhada, eu acreditava ser isso, se diziam que eu era sapatão, também ficava na dúvida nisso.Tudo isso foi um quadro depressivo que se arrastou por anos em minha vida que não deixou eu dar o melhor de mim e deixar que outras pessoas definissem o destino da minha vida, quando há apenas dois responsaveis por isso:Deus e eu.Infelizmente, as pessoas pensam o que elas querem, o que elas veem e falar uma coisa é o mais conveniente para elas, não se importando com o efeito que isso causará no outro.Não culpo exclusivamente os outros, a culpa também foi minha que não tive maturidade para definir o meu próprio destino.Enfim, esse mundo é muito maluco e nós vivemos numa ditadura sexual em diversos aspectos, o amor que sentimos pelas pessoas tem que ser de cunho sexual e isso não é verdade, além de que temos que nos comportar de tal maneira e de outra para provar nossa sexualidade, seja o nosso jeito de vestir e se portar perante a sociedade.O que eu digo é isso não define nada, nós não precisamos provar nada para os outros.Sempre gostei de meninos, não importando o que os outros acham de mim, essa nóia que as pessoas colocaram em mim, me prejudicou, me fez pensar ser uma pessoa que eu não era, então refleti muito,rezei, orei, olhei para o passado, para minhas ações e para as ações dos outros, enquanto fazia tratamento para depressão, já que realmente tive uma depressão forte de não querer fazer nada, ter apatia, depois de 10 anos de uma leve depressão, parece que tudo explodiu.Não conseguia focar numa tarefa só, isso me prejudicou muito.Então percebi que nós realmente somos quem escolhemos ser.Nós não pensamos o que somos, nós somos o que pensamos.Então, nós não devemos ouvir para o que os outros acham de nós, mas sim o que nós queremos e gostamos para nós mesmos, nunca confundir o que os outros acham com o que nós pensamos.Se você tem alguma dúvida em relação a sua sexualidade ou então é homossexual e deseja mudar, você tem alguma coisa que pode resolver, você não é assim, você tem que olhar para tudo que você sofreu e abrir o seu coração para o mundo.É muito ruim você procurar no mesmo sexo coisas que você não tem, você tem que ser feliz com o corpo que Deus te deu, dando saúde e amor para ele.Você irá continuar vazio.Não ligue para aqueles que dizem que você não é capaz de mudar, porque nós nunca somos, nós estamos sendo.

Anônimo disse...

(continuação comentário Mariana).Além de que com a ditadura sexual hoje em dia, nós somos obrigados a saber tudo o que fazer na cama, mesmo sem nunca ter transado.Nós vamos aprendendo com o tempo com o nosso parceiro.É muito mais fácil procurar o mesmo sexo e agradar o que já sabemos que nos agrada, não tem graça.Enfim, cada um tem o livre arbítrio de decidir o que queremos da vida, só não confunda o seu livre arbítrio com o dos outros.Deus quer o melhor para você e para todos, reze, ore, reflita e procure ajuda que ele irá te atender.Se o outro pode ser feliz, você com certeza pode.Eu hoje em dia, não penso mais nessas dúvidas que me afetaram em vários estratos da vida.Hoje sei o que e sou e o que não sou, e luto cada dia para ser uma pessoa melhor.Você também entre nessa luta.E também confundimos amor com paixão, paixão é algo efemero que se acaba, o amor não é construido a cada dia, e isso é muito importante, isso serve para todos, independente de ser gay ou não.Deixamos as paixões e as emoções nos levar, nós somos humanos, erramos, certo, mas persistir no erro é burrice.Sentimento é diferente de emoção. Emoção é explosão é descontrole emocional e sentimento é algo mais profundo.As vezes achamos que aquela coisa organica que sentimos por uma pessoa é uma coisa, mas na verdade não é. É pura ilusão, o que sentimos pelos outros está na nossa alma.Enfim, procure ajuda se você realmente não pensa ser assim, seja qual for seu motivo:*