Tudo o que nos define a personalidade, o caráter e outros traços, são determinados, segundo a maioria das posições psicológicas, na infância, mais precisamente entre o nascimento até 6-7 anos de idade. Não há qualquer justificativa conhecida até hoje que considere o homossexualismo como oriundo de uma designação genética e/ou biológica. Sabemos, pois, que os homossexuais apresentam algumas características afetivo-familiares interessantes e coincidentes entre eles.
O ambiente familiar, normalmente, não é favorável a um desenvolvimento psicológico saudável, principalmente no que tange à afetividade É interessante observar que quando uma mãe é superprotetora, o pai, coincidentemente, é submisso, ausente e passivo. Quando a mãe é passiva, o pai quase sempre é austero, dominador e agressivo (também ausente afetivamente). Em suma, sempre existe um desequilíbrio na relação dos pais ou entre as figuras adultas responsáveis pela criança. Esta cresce sem experienciar a afetividade necessária para a sua saúde psicológica e ajustamento em seus futuros relacionamentos interpessoais, principalmente os ligados ao sexo oposto, mais precisamente aos relacionados à intimidade com o outro.
A submissão, característica comum entre os homossexuais, a não assertividade (falta de afirmatividade) e a insuficiência afetiva são o pano de fundo da expressividade sexual. O homossexual, portanto, a meu ver, não tem qualquer problema sexual digno de relevância, embora sua sexualidade se orientada de maneira incomum. Ele possui um vazio afetivo-existencial severo que o obriga a lançar mão de compensações para superar a necessidade essencial de identificação como a figura representativa de seu gênero, mesmo que para isso seja preciso relacionar-se sexualmente com uma pessoa do mesmo sexo.
Alguns até conseguem relacionar com o sexo oposto e chegam mesmo a contrair compromissos conjugais, mas não há uma "sustentação experiencial" que efetive o relacionamento heterossexual e, muitas vezes, há renúncia desta condição no sentido de assumir suas propensões sexuais proeminentes.
Existem aqueles que relutam à submissão e reverte esta atitude dominando o outro - neste caso, normalmente o relacionamento homossexual apresenta características sádicas, que é também uma inabilidade afetiva de relacionar - agressividade e amor confundem-se devido à falta de experienciação "cerebral" na infância, ou seja, isto não foi aprendido devido às adversidades vivenciadas. A domesticação da agressividade não ocorreu, portanto, o amor não se desenvolveu, ficando estagnado à fase sádica - típico do homossexual com exclusividade ativa. A passividade, por outro lado, é a forma reivindicatória para ser amado, mesmo que para isso seja necessário "comprar o amor" do outro através de trocas materiais. O amor é fundamental, um sustento existencial comparado a qualquer outro.
O homossexualismo é um período do desenvolvimento afetivo natural que não passou da infância e, por isso não teve continuidade para atingir a heterossexualidade, ou seja, o continuum sexual não sucedeu. O desenvolvimento afetivo ficou obstruído, a auto-estima não se formou suficientemente e, a conseqüência foi a discrepância entre o afeto e as designações biológicas do sexo.
Uma eventualidade importante pode ser observada no homossexualismo: o "amor" excede ao natural ultrapassando o limite de saciedade e a necessidade de alívio das tensões sexuais é constante. A necessidade incoercível de praticar sexo é a forma compensatória de sobrevivência - o caminho mais próximo para a tolerância da insuficiência afetiva. O estado de privação é perene.
Quando o homossexualismo se manifesta objetivamente não significa que ela origina naquele momento - apenas foi deflagrado por alguma circunstância favorável (saiu do armário, como dizem). Muitos homossexuais masculinos revelam alguma experiência homossexual na infância, normalmente no período de latência sexual e, quase sempre com algum adulto da intimidade familiar (tio, vizinho, empregado, irmão, etc.).Estas experiências homossexuais, na maioria das vezes, são a nível de sedução e não de violentação.
As condições com que ocorrem são afetivamente gratificantes, como por exemplo, por o menino para sentar no colo e friccionar, ao mesmo tempo em que os afagos acontecem. Gratificações materiais também podem ser oferecidas nestas oportunidades. A satisfação afetiva da criança é vinculada às sensações deflagradas pelas toques sexuais que acontecem - masturbação e sexo oral são as práticas mais comuns nestas ocasiões. Estas oportunidades ocorrem inúmeras vezes, não são isoladas.
Alguns indivíduos podem ter comportamentos ou experiências homossexuais sem que isto tenha alguma coisa a ver com sua identidade sexual. É comum os relacionamentos homossexuais em presídios ou em campanhas masculinas duradouras (marinha, por exemplo) onde não há a presença feminina. São atitudes sexuais cuja finalidade principal é a descarga da tensão libidinal, ou mesmo, devido à grande carga de ansiedade que se desvanece através do ato homossexual.
O homossexualismo feminino é menos explicito que nos homens, pois a intimidade entre as mulheres, mesmo que homossexual, é mais tolerável moralmente, haja vista ser excitante e compor o quadro de fantasias da maioria dos homens.
É difícil determinar estatisticamente este fato, embora pareça que o homossexualismo masculina predomine sobre a feminina devido à evidência "óptica" daquela ser maior ou mais preconceituosa. É preferível considerar o homossexualismo um fato humano que tanto pode ocorrer com o homem como com a mulher. Os parâmetros estatísticos não mudam o fenômeno, tampouco contribuem para desvendar os mistérios que ainda existem sobre tal.
Pode-se observar que, assim como o homossexualismo tem uma causa oriunda no período da infância, a heterossexualidade não consumada é também originada neste período - tudo depende das falhas afetivas dos adultos responsáveis por suas crianças. Isto é o que me tem revelado a observação clínica assistida por inúmeros casos em psicoterapia.
É oportuno ressaltar que o acompanhamento psicoterápico destes pacientes não foi orientado no sentido de mudar suas atitudes sexuais, mas compreender a dinâmica total de sua personalidade para que o seu crescimento pessoal ocorresse em direção à sua expectativa.
Por: Dr. Luiz Gonzaga F. Pinto