sexta-feira, 8 de julho de 2011

As mentiras sobre as causas biológicas do homossexualismo

A pesquisa científica tem sido usada para sustentar a pressuposição de que há uma orientação homossexual predestinada. Ou seja, ela é usada para sustentar o argumento de que a homossexualidade é parte da nossa constituição biológica e não da nossa natureza pecaminosa.

Já que as Escrituras indicam consistentemente que a homossexualidade é expressão de um coração pecaminoso, deveríamos prever certos resultados encontrados na literatura científica. De um ponto de vista negativo, a observação científica não será capaz de estabelecer uma causa biológica da homossexualidade. De um ponto de vista positivo, a ciência deveria ser aliada da posição bíblica. E esta, de fato, é a situação real: em lugar de desafiar a perspectiva bíblica, as descobertas científicas lhe oferecem apoio.

Talvez o estudo mais divulgado acerca da biologia do homossexualismo tenha sido publicado na revista Science. O pesquisador principal, Simon LeVay, examinou os cérebros de dezenove homossexuais masculinos que morreram de AIDS e de dezesseis homens supostamente heterossexuais, dos quais seis morreram de AIDS. Os resultados obtidos mostraram que o cérebro dos heterossexuais tinha mais neurônios em determinada área (INAH3) supostamente relacionada ao comportamento sexual. Considerando a suposição de que o homossexualismo é determinado biologicamente, a conclusão é que o homossexualismo está localizado no cérebro.

Cristãos e nãocristãos têm percebido com freqüência que os resultados deste estudo não estabelecem de forma alguma um vínculo de causa entre a atividade cerebral e o comportamento homossexual. Até mesmo LeVay reconhece as limitações de seu estudo, afirmando que ele é pouco mais que um convite a maiores pesquisas. Ele sabe que suas observações não passam de meras tentativas até que se jam confirmadas por outros pesquisadores, e esta confirmação ainda não se deu. Ele reconhece que a AIDS talvez tenha interferido nos resultados, que o tamanho da amostragem foi muito pequeno para se chegar a conclusões claras, e que suas medidas poderiam ser propensas a erro. Além do mais, três dos cérebros de homossexuais não apresentaram distinção em áreas específicas quando comparados aos de heterossexuais. Até mesmo a suposição de que há uma relação entre INAH3 e o comportamento sexual nunca foi claramente estabelecida.

A conclusão, portanto, é que não podemos concluir nada com base neste estudo. A revista Science chegou até mesmo a publicar uma carta ao editor que criticava a publicação prematura de um artigo de qualidade duvidosa.[1] Digamos que um dia venha a ser realizada uma pesquisa que estabeleça de fato alguma conexão entre o INAH3 e o homossexualismo. Ainda assim, LeVay reconhece que “os resultados não nos permitem decidir se o tamanho do INAH3 em um indivíduo é causa ou consequência de sua orientação sexual”. Em outras palavras, do ponto de vista de LeVay, é provável que as possíveis diferenças encontradas no cérebro sejam resultado do homossexualismo e não causa.[2]

Embora seja difícil de acontecer nos próximos cinquenta anos, devido aos problemas metodológicos inerentes a tal pesquisa, vamos supor que alguém fosse capaz de demonstrar que o INAH3 tem participação efetiva na determinação do desejo sexual e que esta área do cérebro é menor desde o nascimento em pessoas que mais adiante tornam-se homossexuais. Em outras palavras, o cérebro não estaria revelando padrões de neurônios como resultado de uma experiência homossexual, visto que o tamanho reduzido do INAH3 estaria evidente antes de qualquer atividade homossexual. Se tal pesquisa existisse, cristãos e muitos não cristãos fariam pelo menos três observações. Em primeiro lugar, sempre haverá exceções à regra. Alguns heterossexuais podem ter um INAH3 menor e outros, um INAH3 maior. Em segundo lugar, até mesmo escritores seculares iriam afirmar, como já fazem, que biologia não é destino. A resposta sexual do ser humano é muito complexa para ser reduzida a um déficit de neurônios. Em terceiro lugar, os cristãos continuariam firmes na sua posição de que a biologia não é capaz de nos fazer pecar. No melhor dos casos, a biologia é semelhante a um amigo que nos tenta a pecar. Em certos casos o amigo pode nos perturbar, mas podemos repreendê-lo e resistir a ele.[3]

Uma outra maneira de estudar as bases biológicas do homossexualismo é observar a ocorrência de homossexualismo em gêmeos, a fim de sugerir uma tendência genética para o comportamento. Um exemplo frequentemente citado deste tipo de pesquisa foi realizado por Michael Bailey e Richard Pillard.[4]

O estudo realizado com 56 homossexuais masculinos gêmeos idênticos mostrou que em 52% dos casos ambos os irmãos eram homossexuais. A percentagem era de 22% entre gêmeos não idêntico, 9% entre irmãos não gêmeos, e 11% entre irmãos por adoção. O grupo de pesquisa também levantou dados estatísticos semelhantes entre mulheres.[5] O que esperaríamos se houvesse um componente genético determinante do homossexualismo é que, de fato, quanto mais perto a relação genética, mais alto o índice de homossexualidade compartilhada.

Com toda franqueza, este estudo é irrelevante. Ainda que ignoremos a parcialidade na seleção de amostras para pesquisa (as pessoas foram recrutadas por intermédio de publicações homossexuais) e o fato de que nenhum outro pesquisador encontrou percentagens tão altas entre gêmeos idênticos, o estudo não é de importância. Isto porque gêmeos idênticos costumam ter uma profunda influência um sobre o outro. Se um dos gêmeos descobre algo novo, é provável que ele envolva o outro na mesma atividade. E por que irmãos adotivos, que não têm relação genética, apresentam, segundo as pesquisas, um índice tão alto de homossexualismo? A taxa de incidência de 11% é cinco vezes maior do que o esperado (acredita-se que o índice de incidência de homossexualismo ativo na população geral seja em média2%).[6] O estudo seria mais adequado se usado para provar a influência das companhias no desenvolvimento do homossexualismo.

Os pesquisadores estão cientes de que a única coisa que eles realmente provaram é que o homossexualismo não é causado apenas por fatores genéticos. Se a genética fosse o único elemento contribuinte para a atividade homossexual, a incidência em gêmeos idênticos seria de 100%. Se um dos gêmeos fosse homossexual, o outro sempre seria homossexual. Visto que a estatística se mantém bastante abaixo do esperado, a homossexualidade não pode ser um traço diretamente genético. O estudo não é capaz de provar nada além disso. Gêmeos idênticos compartilham semelhanças mais acentuadas que outros irmãos. Portanto, não é raro que compartilhem os mesmos pecados. A única maneira de fortalecer a pesquisa seria estudar gêmeos que foram separados por ocasião do nascimento.

Vamos supor, porém, que esta pesquisa se apoiasse em estudos melhor estruturados. E se ela descobrisse que gêmeos idênticos compartilham o homossexualismo com maior frequência mesmo sem ter contato um com o outro? Se isso viesse a acontecer, ainda ilustraria a verdade bíblica. Em primeiro lugar, nunca haverá um índice de 100% de ocorrência. Em segundo lugar, o princípio bíblico é que o corpo físico é nosso contexto de vida. Devemos esperar, então, que o corpo (o cérebro neste caso) tenha alguma maneira de representar biologicamente os intentos do coração. É até possível que um certo tipo de cérebro seja necessário para manifestar a tendência homossexual. Este cérebro ou “hardware genético” não é suficiente para causar o homossexualismo, mas pode ser necessário. Em outras palavras, uma certa predisposição genética pode ser necessária para a orientação homossexual, mas não é determinante.

É importante tratar esta questão com precisão. Pode parecer que estamos afirmando que biblicamente é possível o corpo causar a homossexualidade; e de fato é assim. Mas o termo “causar” neste contexto significa “modelar ou influenciar biologicamente”, não “compelir irresistivelmente”. Especificando o uso do termo, não há nada chocante em nossa afirmação. Ela está simplesmente dizendo que a expressão do coração pecaminoso em determinado comportamento é resultado de centenas de fatores, entre os quais o biológico. Uma pessoa cujo coração pecaminoso se manifesta em homicídio pode ter sido influenciada por tratamento injusto, por pais que lhe permitiram ventilar sua ira, e pelo encorajamento incessante de Satanás.No entanto, nenhuma destas influências remove a responsabilidade pessoal. A causa final do pecado é sempre um coração pecaminoso.

Usando termos mais científicos como necessário e suficiente, o fator biológico pode ser necessário de certa forma para o homossexualismo, mas o fator biológico não é uma causa suficiente. Considere a seguinte ilustração. Para lavar meu carro, vou precisar de um balde de água. O balde de água com sabão será necessário, pois se eu não dispuser dele, não terei como lavar o carro. É claro que há um número de outras condições necessárias como um dia de bom tempo, o tempo disponível para a tarefa e um carro sujo. Nenhuma destas condições, no entanto, são suficientes para a tarefa de lavar o carro. Nenhuma delas pode me forçar irresistivelmente a lavar o carro. Eu tenho que querer fazer a tarefa.[7] No caso do homossexualismo, esta condição suficiente é função do coração, e é algo pelo qual eu sou sempre responsável.

Um terceiro tipo de pesquisa sobre as bases biológicas do homossexualismo também focaliza informação genética, mas olha para o gene. A equipe de pesquisa mais conhecida é a do National Institute of Health (Instituto Nacional de Saúde) liderada por Dean Hamer.[8] Trata-se de um trabalho altamente técnico que está em fase inicial, mas nem o amadurecimento da pesquisa nem a sofisticação devem impedir que o cristão afirme a autoridade funcional das Escrituras sobre a informação científica.

Assim como nos outros dois estudos previamente mencionados, neste também há falhas metodológicas. Ele não foi reproduzido, e por enquanto há ainda muito pouco a ser dito. E ainda que os homossexuais praticantes fossem geneticamente distintos dos heterossexuais, isso não faria do homossexualismo um comportamento com base biológica pelo qual as pessoas não seriam moralmente responsáveis.

Estes três estudos são os mais recentes de uma tentativa relativamente longa mas infrutífera, de localizar o homossexualismo no nível biológico. Um médico que fez uma revisão de literatura sobre o assunto disse: “Estudos recentes admitem fatores biológicos como a base primária da orientação sexual. No entanto, não há evidência até o momento para comprovar uma teoria biológica, bem como não há evidência para apoiar qualquer explicação psicossocial distinta.”[9] A única certeza que podemos ter é que a sexualidade humana é complexa demais para ser reduzida ao trabalho do cérebro.

Visto que o comportamento é mediado (não causado) por fatores biológicos, não ficaríamos surpresos se tomássemos conhecimento de estudos que oferecessem melhores evidências para um vínculo entre biologia e comportamento. Mas as Escrituras são claras: nosso corpo não pode nos fazer pecar. O corpo é fraco, mas não é a causa do pecado. Este é um princípio inviolável que, quando usado coerentemente, pode trazer esclarecimento à pesquisa sobre o cérebro. As ciências que estudam o cérebro podem oferecer observações emocionantes, mas estas observações só podem ser corretamente interpretadas quando as Escrituras providenciam os limites.
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Edward T. Welch - Tradução e adaptação de Homosexuality: current thinking and biblical guidelines.Publicado em The Journal of Biblical Counseling.Glenside, Pa., v. 13 n. 3, Spring 1995. p. 33-42.2 O conteúdo completo pode ser baixado http://www.segundabatista.org.br/recursos/downloads/6-artigos.html

Notas

1 Carta de Joseph M. Carrier e George Gellert publicada em Science, n. 254, 1991, p. 630.

2 Outra possibilidade é que as diferenças observadas no cérebro não sejam nem causa nem resultado. Por exemplo, pessoas que se expressam em ira pecaminosa poderiam apresentar padrões diferentes de atividade cerebral daquelas que são mansas devido à sua fé em Cristo. Mas tal observação não significa que o cérebro é responsável por sermos irados. Simplesmente significa que o cérebro é uma representação física de um intento do coração.

3 Esta analogia é aplicável também a outras situações como, por exemplo, a síndrome pré-menstrual.

4 BAILEY, J. Michael, PILLARD, Richard C. A genetic study of male sexual orientation. Archive of General Psychiatry, n. 48, 1991, p. 1089-1097

5 BAILEY, J. Michael, PILLARD, Richard C. NEALE, Michael C., AGYEI, Yvonne. Heritable factors influence sexual orientation in women.Archives of General Psychiatry, n. 50, 1993, p. 217-224.

6 BILLY, John O., TANFER, Koray, GRADY, William R., KLEPINGER, Daniel H. The sexual behavior of men in the United States. Family Planning Perspectives, n. 25, 1993. P. 52-61.

7 Quando eu era jovem, meu pai obrigava-me a lavar o carro; freqüentemente contra a minha vontade. Não podemos traçar, porém, uma analogia com a experiência homossexual

8 HAMER, Dean H. et al. A linkage between DNA markers on the X chromosome and male sexual orientation. Science, n. 261, 1993, p. 321-327.

9 BYNE, William, PARSON, Bruce. Homosexual orientation: the biologic theories reappraised.

2 comentários:

Bené disse...

Vou utilizar trechos de seu texto em uma palestra que ministrarei num Congresso de Mulheres. Não se preocupe, citarei a fonte.
Sou Biólogo e Mestre em comportamento animal (o q inclui o humano, claro).

Parabéns pelo trabalho, confesso q não li o texto inteiro ainda, mas já o considerei de grande valia até onde cheguei.

Blog Não quero ser gay disse...

O texto não é meu, a fonte original está abaixo da postagem, mesmo assim grato pelo prestigio.

http://www.pastorbatista.com.br/j15/index.php?option=com_content&view=article&id=1127:causas-biologicas&catid=53:sexualidade&Itemid=105